Hoje celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha. No Brasil, também se comemora o Dia da Mulher Negra, homenageando Tereza de Benguela, rainha do Quilombo Quariterê, formado por negros e indígenas, que resistiu à escravidão por 2 décadas. A data é um marco para reiterar a história de resistência e a luta das mulheres negras.

São recentes os estudos que observam de maneira sistemática na América Latina e no Caribe a situação das mulheres negras e as desigualdades que sofrem, a fim de refletir as interconexões entre gênero, raça/etnia e classe social. Eles são frutos dos crescentes movimentos de mulheres negras assinalando a desconsideração de sua realidade nas análises sobre a discriminação de gênero.

São as mulheres negras que ocupam o topo dos piores indicadores sociais: violência, feminicídio, mortalidade, saúde, diferenças salariais (até 40% menos que um homem branco). De acordo com dados de 2021 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), 4.473 mulheres negras foram vítimas de feminicídio na América Latina. Já o relatório deste ano da Anistia Internacional apontou que 62% das mulheres vítimas deste crime no Brasil são negras.

Estes e outros problemas estruturais enfrentados pelas mulheres negras podem ser resumidos na necessidade de compreender que o racismo, mesmo depois da escravidão, é um poderoso indicador de disparidade e manutenção de violência e opressão. Desta forma, o caminho para se buscar reparação precisa ser desenhado a partir do protagonismo dessas mulheres, seja na definição de pautas e prioridades de uma agenda pró-igualdade, seja na ocupação dos espaços de poder e tomada de decisões.

Consideramos essa luta urgente, a fim de garantir a inexistência de empecilhos para que mulheres negras ocupem seus espaços de direito. XVV Advogados celebra a data reforçando seu compromisso com o desenho de uma sociedade inclusiva e respeitosa, em que haja a garantia dos direitos fundamentais a todos.